Compêndio de práticas esclavagistas no séc. XXI

Na sequência de um relato revelando abusos cometidos sobre funcionários dos hipermercados Continente, algumas dezenas de trabalhadores desta empresa usaram este blog para divulgarem a avalanche de atropelos a que estão quotidianamente sujeitos. No capitalismo, a gestão empresarial não vê no trabalhador senão um capital que, em nome da performance, da eficiência, da rentabilidade e da competição, urge tornar produtivo, um custo que deve por todos os meios ser reduzido. A prática de formas modernas de escravatura é seguida pelas grandes empresas como método para garantir a obtenção de um volume sempre maior de capital, acumulável em paraísos fiscais. Por sua vez, quem está na base da hierarquia laboral sabe que, se não se dispuser a todo o género de atropelos e abusos, poderá a cada instante ser reciclado. A miséria degradante de quem trabalha por tostões tornou-se essencial para o sucesso da grande empresa capitalista, convertida num sistema gestionário sádico, cruel e, o que é deveras inquietante, cada vez mais perfeito. No seio deste, o corpo do trabalhador é alvo de uma gestão minuciosa, que garante ao patrão que com um máximo de controlo e um mínimo de investimento se retira daquele um máximo de rendimento. É assim que se fazem todas as grandes fortunas da Forbes.

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Qualquer empresa capitalista é criada e mantida para dar lucro aos accionistas, jamais para redistribuir riqueza pelos trabalhadores – qualquer gestor o sabe. Os hipermercados Continente são por isso apenas um caso de estudo, entre tantos e tantos outros; mas um caso de estudo especial: enquanto maior empregador privado português, têm um peso diferente no contexto actual. Neste sentido, devemos denunciá-lo com todas as nossas energias, como fizeram os trabalhadores do grupo Sonae (Continente, Worten) que aqui deixaram o seu depoimento, em forma de desabafo, e do qual adiante apresentamos uma síntese, autêntico compêndio de práticas esclavagistas que nos ajuda a perceber porque é que a frustração, o stress, o sofrimento, a depressão e o suicídio se instalaram na medula desta sociedade. Transformar a relação de forças dentro do Continente ajudará a transformar todas as relações de forças no universo laboral português. Esperamos muito dos leitores, porque alguém tem que estar deste lado. Somos mais!

1 – precariedade

  • “o ordenado é a mesma miséria, 3€ à hora e é se quero, senão põem outra pessoa no meu lugar, de momento não tenho outra hipótese senão continuar” Anónimo
  • “Trabalho há varios anos na Worten, sou permanência de loja, sou responsável de uma secção, trabalho a tempo inteiro e recebo 3€/hora” Anónimo
  • “Isto acontece em todos as insignias da sonae. Estou há 10anos na worten, atualmente sou responsável e estou a ganhar 3euros hora.” Anónimo
  • “Fiz 1 ano de contrato e meteram-me a andar… disseram-me que não poderia fazer um terceiro contrato, uma vez que passava logo a efectiva e não havia lugares disponíveis neste local – tretas!!! Fiquei um tanto desapontada uma vez que fui a operadora mais produtiva de todas (média de 14,50 a 15,50).” Cláudia
  • “Posso dizer que também fui mandada embora no final dos 3 contratos de trabalho”.
  • “quanto aos contratos é verdade 3 e rua…uma vergonha” Anónimo

2 – disponibilidade ilimitada

  • “obrigarem-nos a trabalhar mais e mais acontecia todos os dias” Ruben Repas
  • “sair a horas é impossível” Anónimo
  • “tal como o que referem aqui saio SEMPRE depois da hora eu e os meus colegas e nunca são só cinco minutos varia sempre de 15 a 30. Quando pedimos para ir a uma pausa nunca me disseram que sim à primeira e muitas vezes esquecem-se que pedi.” Tutty
  • “Horas extras metade pagas outras no dito banco de horas que nem vê-los…” Anónimo
  • “horas extra até mais não, inventários até às tantas e no dia a seguir lá estamos outra vez” Anónimo
  • “Trabalhei a full time à 3 anos e meio atrás na Worten Mobile. Inventários. Era a quem calhava. Uma vez cada um e tinhamos de estar disponivel. Não havia bónus, se bem me lembro.” A. S. 
  • “Trabalhei em lojas da sonae em que chegava a trabalhar 10 dias seguidos, com uma folga por semana ou então umas cinco horas sem ir comer ou à casa de banho por me encontrar sozinha em loja.” Anónimo
  • Isto porque quem não entrou para a empresa com cunha tem a vida dificultada ou seja não há hora de sair” Dinossauro do grupo
  • “Também nunca havia hora para sair e se reclamássemos ainda nos falavam como se estivéssemos a agir contra a empresa. O trabalho ao domingo foi-nos imposto e não dada a opção. Os horàrios eram uma anedota, não havia dia (fàcil de comprovar pela lista de chamadas da loja) que o horário da maioria das pessoas não fosse alterado para o dia seguinte. Ficava a pergunta: “a chefe só tem de fazer o nosso horário, que cara*** é que ela faz o dia todo se tem sempre de os ajustar?” Ou seja pelos miseros 300€ as pessoas tinham de ter disponibilidade de 24/24h de 7/7 dias.” Aerdna
  • “O meu horário no contrato de trabalho era das 9:00h às 18:00h com pausa das 13h às 14h para almoçar (cumpri este horário apenas no primeiro dia de trabalho) após esse dia nunca mais houve um dia em que saísse das instalações da empresa antes das 20h, sendo que o normal era sair sempre depois das 20:30h, sempre com a justificação de que o meu esforço seria recompensado.” Tiago Lopes
  • “Trabalho num continente-modelo e subscrevo tudo que foi dito anteriormente, despediram metade dos meus colegas e faço o turno da noite sozinha, querem que faça sozinha o trabalho que faziam 3 pessoas. Devia sair às 22h mas nunca saía a horas, saía quase sempre às 23h. Relativamente às horas a mais nunca me foram pagas nem nunca foram gozadas” Anónimo
  • “Nunca saía portanto a horas. No início então quando nem tinha cartão para picar fiz imensas horas extra. De resto, o meu horário terminava supostamente às 22h, mas se já há muito que fazer quando abandonamos a nossa caixa (limpeza, arrumação de artigos e cestos, etc), fazer fecho ainda é pior porque tem que ficar tudo impecável para o dia seguinte. 22h20 era a hora mínima de saída, tirando algumas excepções. Também fiz vários inventários em dias de folga e cheguei a ser avisada de alguns no próprio dia.” Cláudia
  • “Trabalhei como operadora de caixa e repositora nos supermercados Continente Bom Dia da Avenida Almirante Barroso e no da Defensores de Chaves (Lisboa), entre Nov 2012 e Fev 2013. O trabalho não remunerado fora de horas é normal. Não nos é permitido fechar a caixa sem autorização dos supervisores e era habitual ficar entre 15 a 30 minutos depois da minha hora de saída. Se um colega faltasse ou estivesse atrasado, era “informada” que ficaria até mais tarde. Nos horários de ponta eram necessários mais funcionários e, como não contratavam pessoas novas, obrigavam os trabalhadores cujo turno já tinha terminado a ficarem até mais tarde. Estes minutos, que se tornavam dias de trabalho ao final do mês, não eram considerados horas extraordinárias. Foi-me dito que as horas extraordinárias seriam acumuladas em dias em que não teríamos de trabalhar, algo que sempre disse não querer – não tenho qualquer interesse em ser forçada a trabalhar mais para depois ser “compensada” com “dias extra” em que não recebo! De qualquer das formas, esses períodos nunca me foram pagos e nunca me foram dados dias de descanso. Também eu trabalhei em dias de folga e passei noites dentro da loja a remodelá-la. Numa ocasião, fiz o meu horário normal e foi-me pedido que ficasse mais umas horas após o encerramento da loja, de forma a ajudar um pouco na mudança da localização dos produtos (tinha terminado a época de Natal e iriam fazer novas promoções e trazer novos produtos). Aceitei que me chantageassem com a possibilidade de ter um novo contrato (de seis meses a tempo inteiro, “um contrato a sério”) e aceitei ficar um pouco mais. Acabei por trabalhar duas horas no armazém e, após o fecho da loja, das 22h00 às 06h30 dentro do supermercado, mudando a localização de milhares de produtos várias vezes e de acordo a opinião do responsável de loja. Sempre com uma atitude paternalista, de ameaça velada mas nunca de explícita, não me foi permitido sair (era necessário que o responsável me acompanhasse e abrisse o portão) e fui constantemente acusada de não querer trabalhar. Foi-me permitido jantar um bolo das máquinas que existem na sala de refeições, com o meu próprio dinheiro. Insinuaram ao longo de toda a noite que aquelas horas seriam pagas, dois dias depois informaram-me que tinha ouvido mal – nunca recebi o dinheiro pelas horas de trabalho. Com a entrada de alguns colegas às 06h30, abandonei as instalações e pude ir para casa descansar e gozar a folga que tinha nesse dia. Aos colegas que tinham turno nessa manhã não foi dada qualquer possibilidade de irem dormir ou tomar banho e tiveram de permanecer no supermercado, trabalhando de directa.” Érica Almeida Postiço

3 – fazer xixi nas calças é normal

  • “tenho que pedir para ir ao w.c. e ainda me dizem ‘se podes aguentar um pouco’ eu digo ‘sim claro’, passado 10 min ligo ‘posso ir ao w.c.’ ‘sim podes’ com aquele tom ‘despacha-te, volta rápido’, já não digo para comer pois não tenho pausa e direito para comer”.  Anónimo
  • “pelos mesmos abusos passei, ao ponto de passar 6 horas numa caixa e dizerem-me que não posso ir à casa de banho porque não há ninguém para me substituir” 2yougo
  • “quando pedia para ir à casa de banho nunca podia por isto ou aquilo” Anónimo
  • “Vendo o meu trabalho há 23 anos como Operadora de Caixa num Hipermecado do Grupo Sonae . Sim, sempre pedi para ir ao WC e muitas das vezes ignorada indo á rebelia das chefias” Rosa Monteiro

4 – passar fome é normal

  • “Tenho uma anemia crónica e ainda assim insistiam em meter-me 2 dias a trabalhar 5h e sem comer…” Cláudia
  • “quanto à hora de almoço tínhamos isso marcado no horário e, tipo, estava marcada para a 1h e nunca mais nos mandavam almoçar até que lhe liguei e disseram que só ia qd eles vissem que dava … houve um dia que trabalhava das 10h às 17h. a minha hora de almoço era às 13h… deu 14h. deu 14h30 e nada … já lhes tinha avisado e nada… chegou as 15h30 e eu voltei a ligar e disse que ainda não tinha almoçado (5h30 de trabalho seguido sem pausa alguma) e disseram que se tinham esquecido…” Anónimo
  • nunca sabia a minha hora de almoço pois não correspondia ao horário” Anónimo
  • “fui ensinada se possível a comer de 5 em 5 horas ou mais” Rosa Monteiro
  • “Comer? mesmo que tenhas problemas de saúde (estômago) que impliquem comer vezes amiude não podes!!! tens que aguardar as tuas ditas 4h que é para estragar mais ainda o estômago…” Dinossauro do grupo
  • “Cheguei a fazer horários de 8 horas na caixa e só ao fim de 6 horas de trabalho ia jantar ou almoçar. EX: 12h00 às 21h00, só comia das 18h00 às 19h00 e no meu horário estava das 14h00 às 15h00; falei à minha chefe e a resposta delas era ‘não tenho operadoras suficientes, aguenta’… depois há erros de que os clientes não têm culpa…” Anónimo

5 – desidratar é normal

  • “Ao menos no seu continente ainda a deixam beber água… naquele em que trabalho não temos sequer garrafinha de água porque fica ‘mal’.”Anónimo
  • “já trabalhei no continente e olhe que nem a garrafa de água me deixavam levar … dias de muito calor, temos de estar sempre a falar com os clientes e nada de água…” Anónimo
  • “nunca tive uma garrafa de água à minha beira ‘porque não fica bem’” Rosa Monteiro
  • “Aqui por exemplo nem uma garrafa de água podíamos ter ao pé de nós.” Cláudia
  • “e não podes beber água porque faz fazer chichi e implica sair da cx para ir ao WC” – Dinossauro do grupo
  • “Peço para beber água, para ir ao wc e só me deixam quando querem!” FD
  • “trabalhei no continente há 7 anos atrás, não podíamos ter nem água” Anónima
  • “na loja onde trabalhei, o director proibiu a àgua. Qual o motivo? Não foi explicado, mas era fàcil perceber que a ideia era limitar as idas à casa de banho o mais possìvel.” Aerdna

6 – desmaiar e vomitar é normal

  • “Também trabalho no continente e concordo com tudo o que foi dito. Já tive de trabalhar quase a desmaiar por estar doente” – Anónimo
  • “uma vez estava com febre e nem o medicamente me deixaram tomar” Anónima
  • “Uma colega gravida (gravidissima) com diabetes gestacionais estava a sentir-se mal porque não a deixavam fazer uma pausa para ir sequer comer, beber ou à casa de banho.” Anónima
  • “Tive um familiar que trabalhou lá e assisti à degradação humana e falta de respeito que ali se passa. Desde ter que ficar na caixa a vomitar-se porque não podia abandonar o posto de trabalho…” Joana Cruz

7 – degradar-se é normal

  • “isto para já não falar das colegas mulheres que estão com o período e chegam a ficar todas sujas porque não lhes permitem ir ‘mudar o penso’” – Dinossauro do grupo
  • “Uma das vezes estava com dores de barriga, pedi 3 vezes se podia ir ao wc, passado 60m da 3ª vez que pedi lá me deixaram ir, quando cheguei estava toda suja ! Somos humanos e como tal temos necessidades fisiologicas” FD

8 – ser explorado/humilhado é normal

  • “Estive 9 meses a fazer horário de fecho sem nunca rodar.” Cláudia
  • “Depois de o grupo Sonae comprar o Continente aguentei uns meses e pedi demissão. Prefiro viver pior a ser humilhada e mal tratada no meu local de trabalho. É preciso coragem para dizer BASTA.” Anónimo
  • “as chefias, diretores e administradores, andam de nariz levantado para os funcionários. Que nojo, acham que os seus colegas de posto mais baixo são escravos a quem podem tratar abaixo de cão” Dinossauro do grupo
  • “não posso ter a minha liberdade de expressão no meu local de trabalho, sou logo calada… O Diretor de minha Loja como ser humano vale zero… Agora encontro-me em casa de baixa com uma doença profissional sem cura por fazer trabalhos continuados com o mesmo braço há vinte e três anos, porra lá que sorte a minha por ser Operadora de Caixa…” Rosa Monteiro
  • “Eu trabalho num bom dia e nem todas trabalham sentadas!!! No meu bom dia nao nos podemos sentar seja qual for as horas de trabalho.” Oliveira
  • “Sem falar do constante bulling ou moobing como è caracterizado os abusos fisicos/psicologicos no local de trabalho.Tinhamos cadeiras mas eramos proibidas de estar sentadas, Nao podiamos falar nem sequer sorrir…eramos autenticas robos. Cheguei a um ponto que todos os dias as lagrimas caiam enquanto ia no carro a caminho do trabalho. Assinei por 6 meses, estive la 3. Jurei que nunca mais iria trabalhar num hipermercado. Se hoje precisasse preferia ir limpar sanitas (que è trabalho serio também mas muita gente nao gosta) do que voltar a ser empregada/escrava do grupo sonae.” Anónima
  • “Nunca trabalhei como caixa no continente, mas trabalhei nos escritórios. Fui designer gráfico na Sonae MC em Matosinhos e tive como minha chefe a Dr.ª Liliane Coutinho, no tempo em que lá estive desenhei toda a campanha de Natal, assim como a continente magazine e centenas de cartazes para colocar em loja. Caricato que passados 15 dias de lá estar pediram-me desculpa mas que o meu contrato teria que ser anulado, pois teria havido um erro com uns documentos e que em altura oportuna assinariamos novamente, qual não é o meu espanto, quando no final do mês para além das 40 horas semanais do meu contrato mais 43 horas extras que tinham sido dadas nesse mês eu recebi 533€, já com subsídio de alimentação, quando o contrato que assinei estava previsto ser 835€ mais subsídio. Reclamei de tudo isto, a minha superior com o ar mais amável de sempre disse, claro que sim vamos fazer chegar este caso por escrito ao nosso sector de recursos humanos. A resposta que tive internamente foi de que tinham analisado o meu processo que de facto eu tinha razão e que dentro de 5 dias me dariam uma resposta final face à resolução do mesmo. Conclusão, passados 5 dias chegam 3 pessoas à minha secretária, o responsável de marketing, a minha chefe e um representante dos recursos humanos, pediram-me o cartão que me dava acesso a entrar na empresa e disseram que podia ir embora, pois não ia receber nem mais um cêntimo. Neste momento ainda aguardo resolução do tribunal do trabalho face à minha queixa. Foram dois meses a trabalhar 152 horas por 533€.” Tiago Lopes
  • “sou colaboradora continente e sou operadora de caixa…. tudo o que foi escrito em cima é a pura verdade… falam-nos de um jeito em que nós não podemos dizer que não com medo de perdermos o único trabalho que temos.” Cherriesdiary
  • “Reconheço todas as queixas e ainda acrescento algumas: na loja onde trabalhei, o aquecimento era desligado e sò era ligado nos dias em que vinham auditorias à loja.” Aerdna
  • “Falta um ponto, o grupo sonae obriga a assinar formações que nem as tivemos.” Vitor

About PDuarte

Historiador, jardineiro, horticultor. Vive na província. No tempo vago, que procura multiplicar de dia para dia, perde-se em viagens, algumas pelos montes em redor, outras pelos livros que sempre o acompanham. Prefere o vinho à blogosfera, a blogosfera ao Parlamento.

47 opiniões sobre “Compêndio de práticas esclavagistas no séc. XXI

  1. é engraçado que neste tipo de trabalhos precários há sempre uma chefia intermédia qualquer que é mais “papista do que o papa” que quer sempre mostrar-se disponível a maltratar quem está em baixo e lamber o cu a quem está em cima.

    trabalhei durante uns meses numa coisa da PT, não era bem o call center, era uma coisa tipo “operador de registo de dados”, em que os “responsáveis de equipa” (nos 4 ou 5 meses que lá andei fiz parte de umas 3 ou 4 equipas, cada uma com o seu “responsável”, sem saber porque me mudavam constantemente de equipa) eram absolutamente insuportáveis, chegado mesmo a maltratar e a ofender as pessoas. era engraçado, por exemplo, que quando queríamos ir à casa de banho ou parar 2 minutos para fumar um cigarro ou simplesmente apanhar ar, tínhamos que pedir ao nosso responsável de equipa se ele nos podia “libertar”. Isto é, se ele podia fazer o favor de ir ao computador que ele lá tinha assinalar que determinado operador ia parar durante um ou dois minutos.

    “Liberta-me aí, se faz favor”. Sempre achei este “liberta-me”, a utilizam desta palavra e não de qualquer outra e o facto de termos de “pedir” todo um programa ideológico e agora que estamos a ser governados por um miserável responsável de equipa chamado paços coelho, que não hesita em ofender a sua equipa e lamber o cu aos patrões alemães, percebo que sim, isto é mesmo ideológico e que há pessoas que absorvem esta merda e alimentam-se dela como se a sua vida só fizesse sentido se fizerem parte de uma estrutura com estas características.

    era engraçado ver como alguns colegas meus, operadores também que todos os dias tinham que pedir para serem libertados quando queria ir mijar, se vangloriavam pelo trabalho extra que faziam (eu ontem fiz isto, ontem fiz aquilo, ontem fiz tanto, amanha vou fazer mais do que tu…) trabalho esse pago em cheques fnac…

    enfim, é a vida.

    Nunca trabalhei num supermercado.

    1. Existe também uma relação que talvez essas chefias não sejam muito competentes se não estariam em melhores cargos ou em empresas que pagam melhor. A única maneira que esses tem para justificar o seu ordenado e posto de trabalho é tentando escravizar os seus subordinados, aumentando assim teoricamente o nível de produtividade.

      Os portugueses na sua historia sempre foram bons a escravizar e traficar, foi assim no passado com as nossas ex-colónias, é assim agora dentro de portas (Portugal).

      Claro que existem excepções, mas em grande generalidade é assim, caso contrario não nos estaríamos queixar.

      Cumprimentos

      1. Tens toda a raźao meu irmão ,somos uma soçiedade condenada,governada por homens que se julgam mais inteligentes porque fizeram um curso academico ,evoluiram demasiado o intelecto tornando se assim sabios perigosos gente sem alma, seca na sustancia que ė o amor que diźem possuir e escondendo se por detras de uma referençia relegiosa que e Jesus e que dizem representar nas suas ações ,essa gente ainda nao perçebeu que as coisas do mundo foram feitas para serem usudas e as pessoas para ser amadas e näo o contrario !
        Nenhum imperio se mantera em pé quando os seus aliçerses nāo forem o Amor.

    2. Isso aí é tudo verdade e para não falar dos postos de trabalho que andam todos trocados quem é das frutas(como de outro sector) ajuda na descarga , ajuda nisto e naquilo, mas não é sequer reconhecido por ser “multifunções” ou pago como tal !

  2. Lamento profundamente este estado de coisas no nosso país,mas uma coisa é certa, desta gente toda que fez estes comentários 90% votaram ou no P.S.D ou P.S por isso aguentem,porque eu ,que não votei nestes filhos da puta também tenho que aguentar e nas próximas eleições votem novamente nos mesmos e depois reclamem.

  3. Pois bem, ha quem esteja a ganhar 2.10 à hora, para trazer 16.80 por dia para casa. Ou então, ganhar 546euros por mes por dez horas de trabalho DIÁRIAS e apenas uma folga semanal. Isto sim é uma verdadeira vergonha e uma grande exploracao. Contudo a política continente etc e uma valente bosta. À custa desses merdas, é que o país esta na miséria. Já viste os milhares de pessoas que entram como colaboradores e que ao fim de um ano (porque NUNCA ficas efectivo ou coisa do género) vem Embora e vão ficar 5 + 8 meses por conta do estado?? Isso são muitos mas muitos euros………… É apenas um de milhares de exemplos do dia a dia de um português EM PORTUGAL.

  4. Acho extremamente a propósito o comentário “chefia intermédia qualquer que é mais “papista do que o papa”! Confere com todas as letras! Vi colegas meus que sofrem isto na pele a falarem publicamente do relato que gerou tudo isto com escândalo e desprezo, como se tivessem relatado algo do outro mundo. Mesmo que não tenham vivido certas coisas, não admitem que podem existir outras realidades?! É tudo verdade! E assim se vê, com tantos outros comentários que vieram a lume. Nuns sítios umas coisas, noutros noutras… Sou trabalhadora SONAE e sim, as pessoas queixam-se, todos se queixam por esta ou por aquela razão, mas à calada, uns aos outros, ninguém tem coragem de fazer frente a nada porque ou perdem o emprego, ou não renovam contrato – que, quer queiramos quer não acaba quase sempre ao fim de 3. Ah! E vi uma grávida que chegou ao fim do 1º contrato DE SEIS MESES e adeus. Foi despedida por estar grávida?! NÃOOOOO…. que ideia. Então, o contrato terminou! Hiatos na lei… há que aproveitar, Mas aidante. Dizia eu que como está nas mãos dessas pseudo-chefias papistas as nossas férias, folgas e horas em banco de horas; toca a andar de cara alegre! Senão, horas no banco de horas, nem vê-las. A não ser que as anotes tu, nem sabes quantas lá tens. Férias? Dizem-tas tipo na semana antes com sorte. Água não tenho, apesar de noutras lojas SONAE eu já ter visto e realmente ao entrar para a empresa não ter lido em lado algum no manual que não se pode ter água connosco. (Não fica nada bem escrever algo assim… alguém podia tornar público…). Unhas pintadas também não… (mas isso já é o menos) pausas para comer idem.. e como estou a 4 horas (que nunca o são) não me posso queixar muito. Mas não, nem tudo é mau, há dias que se chateiam mesmo para eu sair a horas, ok! Há semanas que respeitam as folgas e se não houver filas vou ao wc, bebo água.. claro que sim. Também não somos animais. Mas isto vai das chefias e da forma como nos relacionamos com elas. Como em todooos os empregos… . As próprias supervisoras de caixa, apesar de o serem (muitas vezes não passam de operadoras – é o que diz o contrato – ganham o mesmo e têm 10x mais stress e responsabilidade) sofrem coisas ainda piores na pele. Horas de balcão a lidar com reclamações, responsabilidades de dinheiro, pressão para não ir de férias, folgas e folgas trocadas e mudadas… Porque é que ninguém faz nada? Porque não podem fazer. O ordenado mínimo com domingos e feriados, sempre é um ordenado ao fim do mês, Apesar de todas as coisas, não vou dizer que não há empregos piores porque os há. Mal pagos e com más condições há ao virar da esquina. Mas também somos nós que os fazemos um pouco piores todos os dias, Quando baixamos a cabeça um a um e aceitamos sucessivos abusos de autoridade (ou pseudo-autoridade). Quando somos polícias dos colegas e ao invés de ajudar, ainda se acusa. Quando ao invés de aplaudir alguém que teve a coragem de contar o que está mal no seu locla de trabalho (leia-se o seu, só sabe a realidade quem lá está) ainda se levantam um chorrilho de vozes a falar da mediocridade das pessoas, do “porque é que não estudaste?” (a propósito eu sou licenciada ok?), do “cospes no prato em que comes”, do “falas de barriga cheia porque eu estou pior que tu” e muitas outras. É por isto que este país há-de ser sempre medíocre. Porque está cheio de pessoas medíocres que se sujeitam e além de se sujeitarem , parece que ainda gostam, numa espécie de síndrome de Estocolmo (duvido que algumas das minhas chefias saibam o que isto é, procurem no Google). Somos um país de brandos costumes. Continuamos a ser um país de brandos ordenados e brandas condições de trabalho. É assim que gostamos e é assim que é bom. E sim eu faço parte da manda. Tenho escolha? Tenho. Procuro todos os dias algo melhor,porque ali não quero ficar. Ou um dia faço como os outros: emigro.

    1. É por isto que este país há-de ser sempre medíocre. Porque está cheio de pessoas medíocres que se sujeitam e além de se sujeitarem , parece que ainda gostam, numa espécie de síndrome de Estocolmo (duvido que algumas das minhas chefias saibam o que isto é, procurem no Google).

  5. Tambem trabalho num continente e confirmo tudo o que está aí escrito. É sem dúvida dos piores sitios para trabalhar. Não existe uma pinga de humanidade. Se puderem não dêem dinheiro a ganhar a esses chulos. Comprem na mercearia e no mercado que só fazem bem!
    Tenham cuidado com as promoções, metade delas são falsas!
    Ah e não façam compras ao fim de semana, quem sofre são os funcionários.

  6. Só tenho pena é que as pessoas que fizeram comentários indecentes e ofensivos na primeira vez que surgiu este caso através do Blog “Ganhem Vergonha” agora não se manifestem. Então não era a funcionária que estava errada? Então tudo o que ela disse não era mentira? Pelos vistos a verdade vem sempre à tona e a prova disso são todas estas opiniões concordantes com as mesmas situações de trabalho precário proporcionadas pelas empresas do Grupo Sonae. Comentem lá agora e afirmem que todos estes abusos são apenas devaneios de funcionários “preguiçosos e sem vontade de trabalhar”. Gostava de ver isso e acima de tudo gostava de saber o que é que o responsável pelos recursos humanos do Grupo Sonae tem a dizer sobre isso.

  7. Trabalhei 4 vezes no Continente, sempre em época de reforço (Natal, Verão)… Em muito me vejo na notícia que vocês publicaram… Cheguei mesmo a ser HUMILHADA pelo chefe de secção em frente a todos os funcionários da loja (no horário antes da abertura) por ter ido à casa de banho… Foi daquelas coisas que me apetecia ter um buraco, enfiar-me lá e nunca mais sair… Graças ao fantástico trabalho na reposição (puxar paletes com quase o dobro da minha altura e a pesar bastante) consegui adquirir o fantástico Síndrome do Túnel Cárpico… E só trabalhei lá 4 vezes (2/3 meses de cada vez)… Infelizmente, o dinheiro faz falta… Mas da última vez, fiquei farta de gozarem com a minha cara (eu só servia como funcionária de reforço e não como funcionária de 6 meses) e quando me contactaram para fazer parte da equipa de reforço de Natal, mandei-os às favas…
    Enquanto houver pessoas que se sujeitam a estas condições (contra mim falo, porque compactuei 4 vezes com eles), as coisas não irão mudar… Mas infelizmente o dinheiro precisa-se e há quem esteja disposto a fazer sacrifícios…

    Cumprimentos,
    B.R.

  8. Nao sei se este é o lugar certo para deixar o meu testemunho, mas quero partilhá-lo. Trabalhei na Sonae quase 6 anos: numa SportZone, durante um ano, e mais tarde numa pequena insígnia que, gracas à extrema incompetência e teimosice do típico personagem que é bem pago a ver as modas em Roma para se inspirar para as coleccoes seguintes, terminou fechando todas as lojas com (dizia-se) bastante prejuízo, enviando a grande maioria dos funcionários para o olho da rua – sempre com esquemas e acordos.
    A todos os testemunhos aqui descritos gostava de acrescentar que, ainda que as políticas da Sonae perante os funcionários sejam uma espécie de bosta disfarcada de prata, nao deixa de ser curioso que normalmente (e sublinho “normalmente” porque é o que parece ser a regra mas nao se extende a todos) quem está à frente de uma loja é em geral uma pessoa perfeitamente escabrosa, louca varrida, com um rasgo de mandar nos outros sem saber porquê. Parecem perspicazes mas falta-lhes muita inteligência e, principalmente, humanidade. Andam entre carneirinho e cao quando aparecem os senhores “de fato” da Soane e viram lobos maus em toda a sua frustracao, descarregando-a claro está nos funcionários. É este tipo de pessoas que diz aos seus funcionários que já foram de vezes demais à casa de banho e que ou deixam tudo arrumadinho depois da loja fechar (às 23h, às 24h, o que interessa?) ou vamos ter problemas. Claro, eu compreendo – nada como entrar no turno da manha e ter tempo de ir tomar um café com um bolinho porque nao há grande coisa a fazer. Entao, mas tirar uma pausa para comer? Ah!, só para alguns, claro: para aqueles que cairam nas boas gracas da louca varrida referida acima – ou melhor, cairam com a língua no seu traseiro.
    Isto – na minha opiniao – foi sempre um grande problema: o porquê dos senhores de fato gostarem deste “tipo de gente” à frente de uma loja a representar uma equipa de miúdos / maes / estudantes que devem fingir que adoram fazer aquilo; “ou se aparece aí alguém da Soane e te vir a fazer isso, podes ser despedido/a”. Medo. Tenham muito medo! É que a arrogância toda com que entram nas imediacoes faz arder os olhos e mexe com a minha inferioridade. Afinal, eu é que me mato a trabalhar a aturar energúmenos o dia inteiro depois da escola e antes de ter que fazer um trabalho qualquer para amanha, ou ter que ir buscar o meu filho à avó, uso um pólo feio que se farta, estou coberto de pó de arrumar os armazéns e eles, os senhores de fato, até fazem “xlim!” quando sorriem com aqueles dentes caros, abaixo de um nariz todo empinado. Já que a palavra “estudar” se meteu aqui: estatuto de estudante? O que é isso?
    Bom, adiante que isto foi quase só um desabafo.
    A Sport Zone foi um caso verdadeiramente podre. Enquanto “vizinho” desta insígnia vi funcionários de alto valor e vários anos de casa a serem despedidos com propostas ridículas de indemnizacao. Ouvi falar de casos de esquemas montados para encurralar alguém numa sítuacao faltosa de forma a ser despedido por justa causa. O pior foi mesmo quando ouvi presencialmente da boca de um destes senhores de fato dos Recursos Humanos (ou deveriamos chamar-lhe Recursos Desumanos?) que uma das formas que na altura encontraram de despedir funcionários foi esta mesmo – criar um motivo para despedi-los por justa causa. Achei isto impressionante.
    Mas o que fazer? Os senhores de fato continuam a precisar do seu emprego, principalmente quando sao cunhados, irmaos ou esposos do senhor que tem um fato ainda mais caro. Por isso, nos dias de hoje, é perfeitamente aceitável deixar “duas empregadas” a patrulhar uma SportZone inteira no turno da noite.
    E a vida está difícil, tanto que nem deu para comprar água para os funcionários. Mas esses, usam um pólo feio e podem ir ao Continente, que é já no piso abaixo e comprar uma garrafa de água, para darem uns golinhos.

  9. Trabalhei como operadora de caixa no continente durante 6 meses. Quando assinei o contracto não me foi dada oportunidade de o ler nem de ficar com uma cópia. Um mês mais tarde passei nos recursos humanos a pedir uma cópia do meu contracto e nunca me foi facultada….

  10. Comprei um queijo no continente, com a etiqueta, onde estava o preço e o código de barras, quando paguei o referido queijo, verifiquei, então em casa, que o preço, era superior ao da etiqueta. Como pode ser possível um produto com código de barras, passar na máquina, e esta registar um preço superior ao enunciado no produto!? voltei ao continente de Santarém, pedi o livro, e fiz a reclamação, pensando tratar-se de crime grave “roubo”. Passados dois anos sem resposta da entidade ASAE, resolvi telefonar, onde recebi uma carta passados dois dias, dizendo, que o processo tinha sido enviado para Santarém, passado mais algum tempo, recebi outra carta, para entregar a etiqueta do produto e o talão da compra do mesmo, com urgência, coisa que fiz e enviei em carta. Já decorreu mais de um ano, e o processo continua em analise!?! Esta é a ASAE ao serviço dos poderosos e corrupta, que consegui-o fechar todo comercio tradicional, para favorecer os grandes grupos económicos.

    1. Gostava de deixar o meu comentario porque identifico-me com as pessoas que trabalham num supermercado mas com uma realidade muito diferente onde vivo: Canada.
      Trabalho num supermercado no Canada em Part-time, 24h por semana.
      Ganho 10,75 dolares por hora, e aqui ninguem fica 1 minuto a mais ou minuto a menos a trabalhar.
      Por regra temos que picar o ponto a horas certas. Se picar-mos o ponto 2 minutos antes da hora de sair somos alertados pela maquina que estamos atrasados a sair do emprego, e precisamos de chamar o supervisor para fixar a hora que deviamos picar. Normalmente è nossa culpa por nao termos picado a horas.
      Nao importa se trabalharmos mais do que 10 minutos depois da hora, todos os minutos extras sao pagos.
      De cada 2 em 2 horas existe uma pausa de 15minutos, e è obrigatorio cumprir.
      Para hora de almoco temos entre 30min a 1hora dependendo do horario de trabalho e è preciso picar o ponto novamente sempre que se faz a pausa de almoco.
      Aqui nao recebemos salario mensal, mas sim salario semanal, ou seja, todas as semanas o dinheiro vem parar na nossa conta.
      Os supervisores incentivam-nos regularmente sobre o nosso esforco e dedicacao.
      Custa-me ler este blog e mesmo assim haver pessoas a defender o sistema portugues, abram os olhos, o sistema portugues abusa do seu proprio povo com a conversa da crise. E esse Belmiro da Sonae nao è por acaso um dos homens mais ricos de Portugal.

      Peco desculpa pelo portugues, mas o meu teclado contem apenas os caracteres para escrever em ingles.

  11. li e não gostei!… mas sei que estes mesmos queixosos votarão a seguir nos mesmo partido. que os escravizou e vai continuar a escravizar. boa sorte e muitas felicidades.
    fiz dezenas de greves. perdi dinheiro mas ganhei dignidade, fui gente.e!..vocês….

    1. talvez seja esse mesmo o problema Alves. Talvez, no panorama da vida concreta, as propostas e acções dos partidos e organizações do sistema não ajudem aos trabalhadores alienados a romper o circulo de medo e intimidação que se vive nestas e na generalidade das empresas. Claro que fazes bem em fazer greve, mas se ela não é massa que porque ainda não se deu o “click” que ajuda o que tem medo a agir. O mérito do artigo deste blog é que pôs as pessoas a desabafar. E é um passo importante. To votas e fazes greves. Ok! Também eu. Mas, como é que agimos para que isso se transforme na unica coisa que pode parara estas práticas esclavagistas nas empresas em Portugal? Apresentando propostas que vençam o medo. Construído, pacientemente, unidade e luta. Simples é chamar cobardes e que tudo se resume aos votos em partidos. falta o resto. E isto é definitivamente, um passo certo para a transformação.

    2. Talvez seja esse mesmo o problema Alves. Talvez, no panorama da vida concreta, as propostas e acções dos partidos e organizações do sistema não ajudem aos trabalhadores alienados a romper o circulo de medo e intimidação que se vive nestas e na generalidade das empresas. Claro que fazes bem em fazer greve, mas se ela não é massa que porque ainda não se deu o “click” que ajuda o que tem medo a agir. O mérito do artigo deste blog é que pôs as pessoas a desabafar. E é um passo importante. Tu votas e fazes greves. Ok! Também eu. Mas, como é que agimos para que isso se transforme na única coisa que pode parara estas práticas esclavagistas nas empresas em Portugal? Apresentando propostas que vençam o medo. Construído, pacientemente, unidade e luta. Simples é chamar cobardes e que tudo se resume aos votos em partidos. falta o resto. E isto é definitivamente, um passo certo para a transformação.

  12. Seria muito bom que estes testemunhos fossem divulgados na comunicação social- TV e jornais. Tenho vontade de não voltar a pôr os pés no Continente. Pingo Doce é a mesma porcaria?

  13. o pá durante o meu tempo de faculdade trabalhei no continente de gaia 2001 a 2008 ( andei bastante tempo na faculdade :D ), mais ou menos até 2004 aquilo era uma tourada, muito bom para trabalhar… no sector alimentar principalmente dos frescos era tudo a comer o que lhe apetecia, os mais velhos controlavam de tal maneira que até tainadas de leitao tive, camarou tigre acho que enjoei rapidamente.
    Muitas vezes faltei sem avisar, nunca me chamaram atençao ou mesmo marcaram faltas, muitas horas metido na casa de banho para fumar um cigarrito. Era até porreiro trabalhar lá, porque somente quem queria se esforçava.
    Penso que apartir de 2005 ou 2006 ( nao me recordo muito bem ) aquilo começou apertar, e até me despedir cada vez mais ser tornou complicado trabalhar lá era tudo controlado. E claro foi na altura que apareceram as chefias intermedias que eram os escovas ( mas visto à distancia so assim conseguiram meter mão naquilo ).
    Hoje em dia nao trabalho em Portugal, mas sempre que vou a Portugal faço questao de passar pelo o continente para reencontrar velhos amigos que la fiz, tanto trabalhadores como chefias e toda a gente me fala do mau ambiente em trabalhar la com cada vez menos pessoas a trabalhar e com os objectivos cada vez a crescerem mais.

  14. Claro que a culpa também é das empresas! Mas os verdadeiros, mesmo verdadeiros culpados são aqueles (eleitores) que conseguiram colocar a “defender-nos” gente que se vende à vontade do poder económico e aos interesses pessoais …

  15. Infelizmente a realidade é que a exploração ainda é em grande parte por responsabilidade dos trabalhadores, mais concretamente da sua ignorância em relação aos seus direitos e ao que podem ser obrigados de facto e ao que se prestam por iniciativa própria. Falo por experiência própria em quase 10 anos de trabalho na empresa. Quase ninguém lê o código do trabalho ou o Contrato Colectivo de Trabalho e mesmo quando são informados a reacção é a apatia e o conformismo, apesar de como bons portugueses se estarem sempre a queixar…

    Não digo que temos um código do trabalho perfeito ou que só por iniciativa individual conseguimos melhorar salários, mas muito das coisas nem sequer requeriam muito além de as pessoas se informarem e serem minimamente solidárias e unidas em torno do interesse comum.

    A partir do momento em que as pessoas agem como umas coitadinhas e se queixam entre colegas, mas o mais simples que é ler e se informarem dos direitos e obrigações não o fazem e depois são pau para toda a obra e acabam por prejudicar os que possuem alguma ética, não vale a pena meter a culpa nos chefes e patrões, porque muitas vezes nem aplicam poder mas sim persuasão psicológica, isto é, fingem que mandam quando no mínimo só podem pedir…

  16. Subscrevo tudo o que foi dito aqui como ex funcionária e como familiar de um ainda funcionário desta empresa, deixo aqui uma dica aos nossos fiscais da ASAE e respectivas entidades para fiscalizarem os horários dos chefes de secção que também são vitimas desta empresa, como é possível que nos dias de hoje hajam pessoas a fazerem 12 a 15 horas por dia, noites inventários e feiras sem as devidas horas de descanso, fazerem o dobro do horário e não lhes ser pago mais nada por isso, e ainda têm o directores e os administradores a exigirem MAIS!! São completamente explorados e parece que os nossos fiscais não vêm nada…

  17. Então deveriam ir ão continente online tem duas chefias que só tentam fazer mal aos colaboradores e se batem o pé são logo castigados nas avaliações para que os directores acerditem que são maus funcionários…

  18. Nao sei se foi por este artigo ou não agora existe a lei da rolha,pois os funcionários não podem postar noticias eu dizer mal nas redes sociais do grupo.

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