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About Irina Spalko

Nasci e cresci numa pequena vila nas regiões orientais da ex República Socialista Soviética (Kazan). Fui considerada bruxa na minha aldeia. Cedo sai de casa, tendo vivido um pouco por toda a Rússia. Gosto de esgrima e combate corpo -a-corpo. Sou prima afastada da conhecida empresária Isabel dos Santos (parte materna de ambas).

COMUNICADO – Quero estar livre de toda a violência e opressão

Há exactamente uma semana, depois de uma longa noite de trabalho, dirigi-me, por volta das sete e meia da manhã à praça de táxis da Praça da República, no Porto. Estava acompanhada por uma amiga.

Entrei no primeiro táxi estacionado na postura. Despedi-me dela com um beijo na boca, liguei a uma outra amiga e, sem desligar o telefone, pedi ao taxista que seguisse até à Ponte do Infante, já que a rua para a qual ia era logo à direita. Como ia dormir a casa de uma amiga, não sabia em concreto o nome da rua. Apenas que era logo à direita, depois da ponte.

O taxista, um homem que aparentava ter entre 35 e 40 anos, de cabeça rapada, não saiu do sítio. Quando me apercebi disso, perguntei-lhe porque é que ainda não tinha arrancado. Respondeu-me que não lhe tinha indicado o caminho e eu voltei a dar-lhe as mesmas instruções. Num tom severo e agressivo, o taxista ordenou-me que saísse imediatamente do carro.

Perguntei-lhe o que se estava a passar. No mesmo instante, o taxista saiu do carro. Já eu estava com a mão na maçaneta da porta e com uma perna na rua, para sair do taxi, quando o homem me deu o primeiro soco.

Corri para a frente do carro para ler o número do táxi e disse-lhe que ia apresentar queixa dele. Tapei a cara com os braços para não me magoar mais no rosto e ele deu-me mais dois socos, acompanhados de vários pontapés. Caí no chão.

Sem dizer uma única palavra, o homem puxou-me pelos pés e arrastou-me, pelo alcatrão, vários metros. Enquanto me arrastava em círculos, apenas os risos de crueldade do homem se ouviam. Deixou-me na berma da estrada, do outro lado da rua.

Na postura, estavam outros dois táxis onde, impávidos e serenos, se mantiveram. Lembro-me que um dos taxistas chegou mesmo a sair do carro. Mas, em pé, limitou-se a assistir. Nenhuma palavra foi dita. Nenhum auxílio me foi dado. Nem mesmo depois do homem que me espancou se ter posto em fuga.

Peguei no telefone e disse à minha amiga – a mesma com quem estava ao telefone quando entrei no táxi: “o gajo deu-me um tareão”. Veio imediatamente ter comigo. Enquanto eu liguei ao INEM.

Já na companhia da minha amiga, fui socorrida pelo INEM que me levou ao Hospital de Santo António.

Depois de ter saído do hospital, dirigi-me a uma esquadra da PSP, onde apresentei queixa, e fui ainda ao Instituto de Medicina Legal.

Não tenho qualquer dúvida que o que motivou o taxista que me agrediu foi a demonstração de carinho da minha amiga. Um beijo na boca. Repito: um beijo na boca de uma amiga! Isto tem um nome e chama-se HOMOFOBIA.

Quero relembrar que este não é um caso isolado, que foram noticiadas recentemente situações semelhantes, na Madeira e no Porto, e que a segurança dos utentes de táxi está seriamente colocada em causa.

O aumento de violência a pessoas da comunidade LGBT é inquestionável. Poderia relatar aqui inúmeros outros casos. Uns são já conhecidos pela sociedade pelo facto de terem sido tornados públicos pela comunicação social. Mas há muitos outros que não têm voz nem visibilidade. E por razões várias. Mas quase sempre pelo medo que as vítimas têm de represálias e de novas agressões. Temos DIREITO a andar na rua sem medo!

Estamos em 2014. Temos uma Constituição da República que nos diz que ninguém pode ser prejudicado ou privado de qualquer direito em razão da sua orientação sexual. Temos uma Carta Universal dos Direitos Humanos que nos diz que toda a pessoa tem direito à liberdade e à segurança e que ninguém será submetido a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. Estamos no século XXI, e persistem violações aos mais elementares Direitos Humanos.

No meu caso, não tenho quaisquer dúvidas de que estamos perante, pelo menos, dois crimes. Primeiro, o Crime de Ofensas Corporais, motivado pelo ódio e cometido pelo taxista que me agrediu. Depois, o Crime de Omissão de Auxílio, cometido pelos outros dois taxistas que não me acudiram.

EXÍJO, por isso:

1. A identificação dos três taxistas – do agressor e das duas testemunhas – por parte da Ráditaxis;

2. Enviar a identificação do agressor e das duas testemunhas à justiça;

3. A expulsão imediata, da Ráditaxis, do homem que me agrediu;

4. A retirada, por parte do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), da licença do homem que me espancou.

Quanto ao Porto. À minha cidade. À cidade que ainda este ano foi eleita o melhor destino europeu no que respeita ao turismo, peço que se erga bem alto. Peço, assim, à Câmara Municipal do Porto, na figura dos seus eleitos, que tomem uma posição. É a segurança dos seus habitantes que está em causa. Assim como a segurança de todos aqueles e aquelas que visitam a cidade.

Sou pessoa, sou um ser humano, sou lésbica, e tenho o DIREITO de reclamar o respeito por ser como sou.

Rejeito uma vida regida pelo medo e pela violência que tantas vítimas provoca todos os anos.

E quero estar livre de toda a violência e opressão. Porque quero, decido, reclamo e luto contra todas as formas de discriminação.

Sara Vasconcelos
Porto, 16 de Dezembro de 2014.

EM SOLIDARIEDADE, SUBSCREVEM AS MINHAS EXIGÊNCIAS OS SEGUINTES MOVIMENTOS:

• Actibistas
• Amplos
• Associação de Estudantes da Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto
• Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto
• Braga Fora do Armário
• Caleidoscópio LGBT
• Clube Safo
• GIS
• Marcha do Orgulho no Porto (MOP)
• Marcha Mundial de Mulheres – Portugal
• Não Te Prives
• PATH – Plataforma Anti-Transfobia e Homofobia
• Panteras Rosa
• Plataforma Direitos & Liberdades
• Ponto Bi
• PolyPortugal
• PortoGay
• PortugalGay
• Slutwalk Porto
• Slutwalk Portugal
• SOS Racismo
• UMAR

Ação de Solidariedade com Sara Vasconcelos – 16/12/2014 às 20H00, Praça da República, Porto

Sara

No passado dia 8 de Dezembro, Sara Vasconcelos foi mais uma vítima de um crime de ódio, na cidade do Porto.

Após o fim duma noite de trabalho, dirigiu-se acompanhada por uma amiga até um táxi. Entrou no táxi, deu o destino e despediu-se da amiga com um beijo na boca. Após entrar no táxi, Sara foi brutalmente agredida, com socos e pontapés pelo motorista.

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Em pleno séc. XXI, não podemos admitir que mais nenhum crime de ódio saia impune.Temos direitos a andar na rua sem medo.

Assim, vamos mostrar a nossa solidariedade numa ação a decorrer terça-feira, às 20h na Praça da República. A ação terá a presença da Sara, que fará a leitura de um comunicado.

Contamos contigo.

Partilhado do evento: https://www.facebook.com/events/1505168176374628/?ref_newsfeed_story_type=regular

Nenhuma agressão ficará sem resposta! Para o agressor e para os cobardes que assistiram!

Sem TítuloPelas 7H00 da manhã de dia 8 de dezembro, feriado, em plena Praça da República no Porto, Sara despediu-se da colega com um beijo na boca, quando se preparava para apanhar um táxi.

Sara, foi mandada sair do táxi, pelo taxista, e agredida durante cinco minutos pelo mesmo: socos na cara, sendo depois arrastada pelas pernas para o outro lado da rua.

Quatro dias depois da agressão, as marcas são bem visíveis.

A agressão aconteceu em frente a dois taxistas que estavam parados atrás. Assistiram e nada fizeram.

Que este crime de ódio, perpetuado na cobardia da violência de género e lesbofóbica não fique sem resposta. Que a dor, as mazelas, as escoriações e o medo, sejam devolvidos ao agressor e aos cobardes que assistiram sem tentar impedir.

Ver mais aqui: http://www.tvi24.iol.pt/videos/mulher-agredida-por-beijar-colega-na-boca/548afe820cf244d61548f651/1?utm_campaign=editorial-tvi24&utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_content=-post

Apresentação do filme “bambule” de Ulrique Meinhof, 5ª feira, 27/11, no RDA49

“O filme conta a história de várias raparigas nas franjas da sociedade, confinadas a um internato estatal e cujas condições levam a uma violenta insurreição.
O seu roteiro foi baseado numa série de entrevistas que Meinhof conduziu com essas jovens, assim como no convívio que a mesma estreitou com várias delas – que hospedou em sua casa (uma delas, Irene Georgens, viria a se tornar membro da RAF). Essa casa é, no filme, claramente o análogo de uma prisão e, também, um microcosmos da sociedade alemã como um todo. À instituição total figurada na casa não se opõem espaços de liberdade, mas essa simplesmente concentra e explicita uma espécie de dominação generalizada, como se verá na breve tentativa de fuga encetada por uma das jovens.”

hqdefault“Um filme para televisão, “bambule” (parece que o “b” em caixa baixa é intencional) está intrinsecamente ligado à história do grupo Baader-Meinhof. Esta profunda ligação foi o que transformou este telefilme “menor” num dos grandes “filmes perdidos” durante quase 25 anos.
“bambule”, produzido pela Sudwestfunks, emissora pública regional de Estugarda, tinha como data prevista para estreia na Alemanha o dia 14 de Maio de 1970, na emissora pública ARD. Mas o filme foi retirado do alinhamento, uma vez que a sua escritora, Ulrike Meinhof, se tornara, quatro dias antes, a fugitiva mais procurada da Alemanha, pelo seu envolvimento na fuga de Andreas Baader à custódia policial, em Berlim.

O que era um retrato efectivo e evocativo da vida num reformatório feminino, ganhou proporções de “nitroglicerina” política, tendo permanecido fechado e inacessível nos arquivos da emissora durante décadas.”

Ver mais em:

http://rda69.wordpress.com/2014/11/25/bookbloc-feminista-de-novembro-apresentacao-do-filme-bambule-de-ulrique-meinhof/

https://www.facebook.com/events/770081283063347/?pnref=story

entretanto parece que que o associativismo nos sargentos está com os pés para a cova!

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A verdadeira libertação Queer começa com todas as formas de descolonização (Comunicado da associação Aswat – Palestinian Lesbian Women)

gazaDiante da brutal agressão militar israelita em curso sobre os palestinos na faixa de Gaza, e a crueldade das forças policiais israelitas na opressão a actos de solidariedade e resistência, nós ativistas e organizações LGBT apelamos aos aliados ao redor do mundo para demonstrarem solidariedade com o povo palestiniano e pressionarem Israel a pôr fim à sua agressão contra os civis de Gaza, o fim da ocupação de terras palestinianas e terminar o seu regime Apartheid.

O ataque actual de Israel em Gaza – “Protective Edge” – até agora (30 de julho de 2014) tirou a vida de 1.374 palestinos e é o terceiro nos últimos 5 anos! No final de 2008, o ataque israelita chamado “Cast Lead” assassinou mais de 1.400 pessoas. Durante o assalto “‘Pillar of defence” em 2012, mais de 150 pessoas foram assassinadas!

A partir das 2 horas de hoje, quarta-feira 30 de Julho de 2014, o Centro Al Mezan de Direitos Humanos anunciou que pelo menos 1.349 palestinianos foram considerados mortos pelas Forças de Ocupação Israelitas; incluindo 341 crianças e 176 mulheres. De acordo com as investigações iniciais da Al Mezan 1088 (ou seja, 80,7%) vítimas são civis. Muitas outras eram pessoas suspeitas de terem ligações a facções palestinianas, mas não participaram em quaisquer hostilidades. Pelo menos 232 crianças e 148 mulheres foram mortas dentro de suas casas (52,9%); e outras duas mulheres com deficiência foram mortas num ataque a uma sede de uma ONG. Outras 157 pessoas foram mortas nas proximidades de suas casas, nomeadamente em situações em que tentavam fugir de casa como resultado dos ataques das Forças de Ocupação Israelitas.

Hoje, Israel mobilizou 16 mil reservistas adicionais para reforçar as forças de combate em Gaza, e Washington deu ao seu aliado Israelita sinal verde para utilizar os arsenais de armas de emergência dos EUA, armazenadas em solo israelita.

A tortura e o assassinato brutal do jovem Mohammed Abu Khdeir em Jerusalém, há algumas semanas, as ações de “Price Tag” contra casas palestinas e locais sagrados, as demolições de casas, a invasão e o assassinato na Faixa de Gaza são todas as diferentes formas de ocupação sionista, que tem de chegar a um fim!

Em particular, nós pedimos aos activistas que:

– Se juntem às manifestações contra a ocupação e a agressão actual em Gaza;

– Utilizem as redes sociais para aumentar a consciencialização sobre a situação na Palestina;

– Se juntem ao seu movimento local de solidariedade com a Palestina;

– Doem, para ajudar a comprar e entregar cuidados médicos de urgência em Gaza.

– Activistas LGBT devem mobilizar as suas comunidades em todo o mundo, e tomar medidas para responsabilizar Israel pelos seus contínuos crimes de guerra contra civis palestinianos.

“None of us is free until all of us are free.” Martin Luther King, Jr.

Asinem a petição da Aswat no Avaaz:

https://secure.avaaz.org/en/petition/LGBTQ_activists_and_organizations_Take_action_against_the_bombing_of_Gazas_civilians/?nToKefb

Dedicatória para a Ana Drago em especial e para a Política XXI em geral, cujos comunicados já nos habituaram a dizer tudo.

“Perante a opinião pública, o Bloco vincou, ao longo dos últimos anos, a imagem de um partido cada vez mais virado sobre si próprio, indisponível para o diálogo e para a convergência com outras forças políticas à esquerda; centrado no protesto, e por isso indisponível para estabelecer compromissos efetivos de governação; revelando uma insuficiente, inconsistente e até, por vezes, contraditória construção programática. Isto é, um partido que surge aos olhos dos cidadãos como incapaz de responder, com realismo, credibilidade e determinação, aos problemas e desafios com que o país se confronta de forma dramática e urgente”