Uma explicação sobre a origem do conflito com os estivadores

5e28965.gifA Ministra Ana Paulo Vitorino mentiu. É verdade que os trabalhadores recusaram a proposta dos patrões, mas a proposta dos patrões não previa o encerramento da Porlis, a empresa de trabalho temporário que os estivadores contestam. De resto, a Liscont, que anunciou o despedimento colectivo, é propriedade da Mota-Engil, um histórico aliado do Partido Socialista e uma das razões que os levou a votar a lei do trabalho portuário desenhada pelo governo do PSD-CDS. Já em 2008, então no lugar de Secretária de Estado, Ana Paula Vitorino foi a arquitecta da atribuição, sem concurso público e até 2042, da concessão do terminal de contentores de Alcântara. A quem? Precisamente à Liscont, a tal empresa do grupo Mota-Engil, que à data tinha como presidente executivo o ex-ministro socialista Jorge Coelho. É demasiado lodo para que a senhora Ministra se esconda em jogos de espelhos. 

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Nesta notícia, onde o título é desmentido no texto, fica claro que os patrões não abriram mão de continuar a despedir trabalhadores com direitos com uma mão, para com a outra contratar trabalhadores precários. De resto, se já era absurdo o anuncio de um despedimento colectivo durante uma greve, mais espantoso ainda é estar aberto, no site do porto de Lisboa, um formulário de candidaturas para mais contratações. Quantas ilegalidades vão conseguir cometer os patrões em simultâneo? Até quando vão continuar a mentir? Quem esteve na origem do problema tem também a solução. Veremos bem, neste caso, quem mais manda no governo. Se os eleitores que deram uma maioria de votos para que as políticas mudassem, se os interesses instalados sem sufrágio no interior do bloco central.

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